Wednesday, August 28, 2019

Startup brasileira vai acabar com a burocracia na assinatura de documento e registro de

Levar papelada no cartório mais próximo, reconhecer firma, aguardar atendimento, recolher assinatura pessoalmente – muitas vezes envolvendo um custo adicional no processo. Essas são etapas comuns de quem deseja assinar um contrato com validade jurídica hoje no Brasil. Isso levando em conta as grandes metrópoles, onde há uma quantidade maior de cartórios espalhados pelo País. Se levarmos em conta os cantos mais remotos, esse simples procedimento se torna ainda mais custoso e burocrático.
No Brasil, cartórios não são só ineficientes. Também são dispendiosos e a expressão mais visível da burocracia tupiniquim. O trunfo cartorário por aqui é trabalhar com uma presunção absoluta de má fé, onde uma afirmação do cidadão não tem validade se não for lavrada em cartório em três vias com reconhecimento de firma e com um exército de testemunhas, pagando antecipadamente todas as taxas, é claro.
Felizmente, novas tecnologias e uma cultura baseada na ética tem tudo pra cessar esse pesadelo. Conforme destaca a reportagem, com o Truth você tem a liberdade de realizar todo esse procedimento online, economizando tempo e dinheiro.
Uma assinatura de contrato num modelo tradicional pode levar até 10 dias para ser concluído. No modelo proposto pelo Truth da Lunes, em alguns minutos é possível enviar um contrato para a plataforma, definir as responsabilidades de cada um – quem assina e quem é testemunha, por exemplo e enviar para recolhimento das devidas assinaturas. Tudo online, com o acompanhamento do processo por meio da plataforma e por e-mail. Sem burocracia e com um custo-benefício muito atraente: assinar um contrato neste modelo pode representar uma economia de 90% em relação ao modelo tradicional.
Há muitas outras razões pra se comemorar iniciativas como estas. No Brasil o montante arrecadado pelos cartórios se iguala ao volume financeiro das empresas de pedágio. Além disso, apesar de em teoria os tabeliães não serem funcionários públicos, estes tem uma relação de simbiose com a máfia tupiniquim. A título de exemplo, são os tribunais de justiça os responsáveis por definir o tabelamento de preços dos cartórios. Parte do que os cartórios arrecadam também é repassado aos tribunais estaduais.
Por vezes essa simbiose ainda dá lado a situações mais bizarras, como o caso da comarca de Primavera do Leste, onde o juiz nomeou como interventor no cartório um amigo pessoal. A denúncia traz como evidências fotos do advogado na residência pessoal do juíz e aponta também "pré julgamento" do magistrado na decisão de afastar a cartorária. “No mínimo, já havia prejulgamento pelo juiz denunciado, tanto que, comprovando o prévio ajuste entre o juiz representado e o interventor, este já compareceu, ato contínuo, no cartório, com os carimbos dele e dos interventores que nomearia como substitutos”, diz trecho da denúncia.
Situações como essas acontecem por que, dada a burocracia estatal e o monopólio, hoje um cartorário pode ter mais rendimentos até que o teto do funcionalismo, que atualmente é de R$ 39.293,32.
Outro motivo para desejar o fim dos cartórios para ontem é que, vejam só, numa discussão a cerca dos elevados rendimentos dos monopolistas, um representante da categoria dos cartorários afirmou que 80% das receitas dos cartórios acabam nos cofres do estado. Portanto, eles mesmos atestam mais um de muitos bons motivos para que o mal seja cortado pela raiz.
Claro que a iniciativa da Startup Lunes tem um grande potencial para resolver problemas como esses, mas algumas perguntas ainda são pertinentes. Como a Lunes lida com a questão da descentralização? Como se sabe, esta é uma das principais vantagens do bitcoin.
De momento, ao menos a reportagem não relata como a Lunes poderia lidar com o famigerado ataque de 51% que já atingiu algumas criptomoedas tal como o de 2018 contra a Monacoin e o bitcoin gold. No entanto, o próprio bitcoin no passado parecia estar muito mais sujeito a este tipo de vulnerabilidade, como em 2014, quando a empresa de mineração em nuvem Ghash.IO estava perigosamente perto de 50% da porcentagem total de hash. Hoje é quase irreal acreditar nessa possibilidade com a rede descentralizada do Bitcoin.
Acompanhemos portanto o desenrolar dos acontecimentos.

Fonte:
https://veja.abril.com.br/economia/jp/startup-brasileira-vai-acabar-com-a-burocracia-na-assinatura-de-documento-e-registro-de-autenticidade/

Tuesday, August 27, 2019

Barão de Mauá, o mais célebre capitalista brasileiro

Na última década, conforme o brasileiro foi perdendo o encanto pelo socialismo, um nome passou a ser rememorado pelos entusiastas do livre mercado: Irineu Evangelista de Souza, ou Barão de Mauá, o título pelo qual ficou conhecido o primeiro capitalista brasileiro.
Você já deve ter ouvido uma ou duas coisas sobre esse importante personagem da nossa história, mas você sabe quem de fato foi o Barão de Mauá?
Nasceu em 1813 em uma família pobre do Rio Grande do Sul. Seu pai foi morto por ladrões de gado e, como as coisas eram difíceis, sua mãe o enviou para trabalhar com um parente no Rio de Janeiro.
O rapaz desde cedo mostrava habilidades para os negócios. Aos 16 anos já era sócio de um comerciante europeu que trabalhava com tecidos e outros produtos importados da Inglaterra.
Por volta dessa mesma época, o Brasil começou a estabelecer políticas protecionistas. Em 1844, foi aprovada a tarifa Alves Branco, que taxava pesadamente produtos importados com tarifas que podiam chegar a 60%.
Foi aí que Irineu investiu uma grande soma da compra de uma propriedade em Niterói, chamada ponta de areia, que ele conseguiu transformar na maior empresa de fundição do Brasil. Nesse empreendimento, produzia-se de tudo, desde navios, canhões e até canos de ferro. Parte dessas mercadorias viria a ter um papel bastante importante anos à frente na guerra do Paraguai, que Mauá costumava chamar de maldita guerra.
Foi também nessa época que Mauá começou a demonstrar estar muito a frente de seu tempo, já que na compra desse imóvel Mauá libertou os 28 escravos da propriedade e contratou trabalhadores ingleses especializados para os serviços que passariam a realizar.
Nessa época o governo brasileiro chegou a contratar com a empresa de Irineu uma grande encomenda de canos de ferro para canalização do rio Maracanã, mas já nesse episódio Mauá enfrentou resistência dos legisladores, que se mostravam inclinados a dar um calote mesmo já tendo recebido os canos para as obras.
Esse foi o primeiro grande empreendimento de Mauá, mas naturalmente não seria o último.
Em 1851, Irineu deu início ao primeiro banco privado do país. Sua habilidade na área mostrou-se singular e poucos anos mais tarde ele já estava expandindo suas atividades bancárias com ajuda de associados ingleses.
Tão expressivo foi o sucesso de Mauá no setor bancário que logo ele conseguiu manter filiais em diversas cidades importantes mundo afora como Londres, Paris, Manchester, Nova York, Montevidéu, Buenos Aires, dentre outras.
Em 1854, o intrépido capitalista investiu em dois grandes projetos: uma Companhia de Navegação a Vapor, que era a mais avançada tecnologia em matéria de navegação marítima, e um projeto de iluminação pública no Rio de Janeiro com lampiões a gás. Tal projeto de iluminação era um enorme upgrade, já que a iluminação bruxuleante da época funcionava à base de óleo de baleia que oferecia uma iluminação não muito impressionante.
Também dessa mesma época foram feitos os famosos investimentos de Mauá no setor ferroviário, inaugurando de início os primeiros 14KM de uma estrada de ferro brasileira.
Reza a lenda que na inauguração das obras da estrada de ferro, Mauá teria entregado ao imperador Dom Pedro II uma pá de prata para que ele simbolicamente iniciasse os trabalhos da ferrovia. Porém, dizem alguns que, como a cultura da época não via com bons olhos o trabalho braçal, o gesto teria despertado uma antipatia entre Mauá e o imperador.
Há quem confirme e há quem negue essa faceta vingativa do imperador, com bons argumentos para ambos os lados. Mas para desgosto de Mauá, um ano depois o imperador Dom Pedro II também inaugurou sua própria linha férrea, que em muitos trechos corria em paralelo com os trilhos de Mauá. Como a linha do imperador era deficitária e funcionava com subsídios, isso teria impactado significativamente os lucros que Mauá esperava receber da sua ferrovia.
Em paralelo, o governo brasileiro também entregou uma concessão de uma rodovia a ser construída cobrindo basicamente locais que Mauá já explorava e o trânsito de pessoas e mercadorias por essa estrada também impactou a clientela do Barão.
Enfim, proposital ou não, o fato é que o Brasil tinha uma extensão continental e pareceria adequado aplicar uma estratégia de descentralização destinando essas obras de infraestrutura em localidades que ainda não fossem atendidas por uma linha férrea próxima.
Os Estados Unidos aplicaram muito bem essa lógica de descentralização e em pouco tempo a produção americana viajava por infinitas léguas a bordo das mais diversas empresas ferroviárias.
Claro que nesta mesma época Irineu recebeu de Dom Pedro o título de Barão, algo que os monarquistas sempre fazem questão de lembrar como argumento de que não havia perseguição do império contra Mauá.
Todavia, com ou sem títulos de nobreza outorgados pelo estado, fato é que diversas decisões do governo brasileiro mostraram-se deletérias para os empreendimentos de Mauá.
Em maio de 1875, Mauá pediu um empréstimo ao banco do Brasil para enfrentar um quadro episódico de crise financeira. O banco do Brasil negou o empréstimo e Mauá teve que abrir falência.
O que é estranho é que apesar da crise circunstancial, os investimentos de Mauá eram sólidos, tanto que vendendo seus ativos e liquidando o passivo, Mauá terminou com um saldo positivo de um milhão de libras esterlinas, uma boa fortuna para a época.
Mas se os ativos de Mauá superavam tanto o seu passivo, por que ainda assim ele não conseguiu o empréstimo para atravessar aquele mal momento?
Bem, é difícil saber, mas tal como já mencionamos no início, o certo é que o capitalista sempre teve opositores e Mauá sabidamente tinha alguns desafetos no legislativo brasileiro.
Enfim, embora enfrentasse circunstâncias adversas, Mauá tem o mérito de tentar levar nas costas um país cuja cultura ainda era escravista e que não poderia ser mudada por um único homem, por mais talentoso que fosse.
Quem conhece um pouco de história americana sabe que, no fim do século XIX, os Estados Unidos passavam por um boom de inovação e investimento industrial.
Já por aqui, tivemos poucos homens dispostos a olhar para o futuro, razão pela qual Mauá acabou abraçando todas as demandas brasileiras, desde fundição, ferrovias, esgoto, iluminação e até sistema financeiro. E tudo isso muitas vezes com o estorvo estatal.
Apesar dos pesares, a história de Mauá certamente deixa várias preciosas lições para investidores e para aqueles que querem entender o Brasil.
Mauá desde cedo teve muitas influências dos ingleses, dos quais sempre buscou inspiração. Isso pode explicar em grande medida a razão de Mauá ser tão diferente do brasileiro padrão.
Mauá sempre fazia questão de enfatizar o espírito de associação inglês, que naquele momento já havia proporcionado centenas de léguas de trilhos nas terras da rainha. Um feito que, aliás, haveria de ser repetido e até superado nos Estados Unidos.
Mas então... por que esses projetos, que deram tão certo entre ingleses e americanos, deram tão poucos resultados aqui no Brasil?
Essa é a pergunta de um milhão de dólares.
Uma das possíveis explicações vem do sociólogo Max Weber, que enxerga uma correlação entre o capitalismo britânico e uma ética protestante de poupança e trabalho duro.
Como não podia deixar de ser, essa interpretação de Weber é alvo de críticas. Aqueles que discordam da sua tese fazem questão de lembrar que nem todo país protestante enriqueceu e nem todo país católico permaneceu pobre.
Posto isso, não diremos que a explicação de Weber é a explicação definitiva, mas vista pelas lentes dessa tese sociológica, a história do Barão do Mauá parece ganhar alguns contornos interessantes...
Ironicamente, ao longo de sua história, o Brasil produziu tão poucos casos de sucesso que o Barão de Mauá chega a ser visto como o melhor de nossos capitalistas, mesmo que tenha morrido falido.
Em contrapartida, a cultura anglo-americana enaltece a inovação e o nome dos homens que moldaram a economia mais forte do mundo.
Pobre Brasil, que mata os seus capitalistas!
Enfim, essa foi uma abordagem bastante resumida da história de Irineu Evangelista, o famoso Barão do Mauá.
Será que cinco homens iguais a ele nascendo juntos no século XIX teriam a força suficiente para mudar o destino do Brasil?
Infelizmente nós jamais saberemos.

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